segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Jesus, Mestre dos mestres!



“E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam dizendo: De onde lhe vêm essas coisas? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos?” (Mc 6.2).

“Nunca homem algum falou como este homem”. Com essa frase dois servidores testemunharam acerca do impacto dos ensinos de Jesus sobre seus alunos. A clareza, autoridade e originalidade com que o Mestre de Nazaré ensinava encantavam até os seus adversários e lhe renderam o título de maior Mestre de todos os tempos.

Nos dias de Jesus, Sócrates, o grande mestre grego, já havia passado por aqui; Moisés, o grande legislador de Israel também; Esdras, o mestre do pós-cativeiro também – sem falar de outros grandes nomes como Platão, Aristóteles, etc.; mas foi do homem de Nazaré que alguém comentou:
NUNCA HOMEM ALGUM FALOU ASSIM COMO ESTE HOMEM...

Só pra se ter uma ideia mais clara do reconhecimento do magistério deste homem, das 90 vezes que alguém se dirige a Ele, em 60 Ele é chamado de Mestre.

Nas décadas anteriores ao nascimento de Jesus, um dos mais influentes mestres ou rabinos judeus foi um homem chamado Hilel. Há um registro no Talmud de Jerusalém, uma explicação das leis e tradições dos judeus, sobre uma ocasião em que Hilel discursou um dia inteiro sobre um ponto de interpretação. Os outros rabinos só aceitaram a opinião de Hilel quando este disse: “Ouvi assim de Semaías e Abtalion” (dois rabinos, professores de Hilel na sua juventude). O comentário de Hilel bem representa a mentalidade dos mestres da Lei da época de Jesus, que frequentemente citavam a autoridade dos anciãos (Mateus 15:2 apresenta um exemplo disso).

Essa dependência nas tradições transmitidas de geração em geração serve como pano de fundo para os comentários feitos por Jesus no Sermão do Monte: “Ouvistes que foi dito aos antigos” (Mateus 5:21; veja, também 5:27,31,33,38,43).

Até os profetas do Antigo Testamento, recebendo mensagens diretamente do Senhor, fizeram questão de atribuir suas palavras à autoridade de Deus. De Gênesis até Malaquias, encontramos tais atribuições dezenas de vezes. Alguns exemplos:

- “Veio, pois, Moisés e referiu ao povo todas as palavras do SENHOR e todos os estatutos; então, todo o povo respondeu a uma voz e disse: Tudo o que falou o SENHOR faremos” (Êxodo 24:3).
- “Veio, pois, a palavra do SENHOR, por intermédio do profeta Ageu” (Ageu 1:3).
- No seu livro, Ezequiel diz, em média mais de uma vez por capítulo: “Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo...”. 
Os apóstolos falaram da mesma maneira, claramente atribuindo suas mensagens às revelações recebidas do Senhor.
- Paulo disse: “Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo” (Gálatas 1:11-12).
- Pedro afirmou que sua mensagem, como as mensagens de todos os profetas, veio por meio de revelação divina (2 Pedro 2:16-21).

JESUS FOI DIFERENTE! Enquanto ele afirma sua concordância total e cooperação perfeita com o Pai, pois trabalham juntos desde a eternidade (João 5:17-18; 12:49; 14:24), há nas palavras de Jesus um tom de autoridade ausente nas declarações de homens fiéis. Quando apresentou contrastes com os ensinamentos tradicionais, Jesus simplesmente disse:

“EU, PORÉM, VOS DIGO” (Mateus 5:22,28,32,34,39,44; 19:9; Marcos 9:13; João 4:35). OHHHHH GLÓRIA!!!!!!

É interessante notar que essa expressão aparece somente nos evangelhos e em nenhum outro livro da Bíblia. Qual homem ousaria elevar sua própria palavra dessa maneira?

Ensinar era algo  que estava no âmago da missão de Jesus, tanto que a maior parte do seu ministério foi ocupada pelo ensino. Ele deu uma importância e dimensão ao ministério do ensino como ninguém já houvera feito. Ele começou seu ministério ensinando (Mt 4.17), passou seus últimos dias entre os homens ensinando (Jo caps 14;15;16) e a sua última comissão á igreja foi: “Ide e ensinai”! (Mt 28.19,20). Era impossível ouvi-lo e ficar indiferente ou inerte.

Os que o ouviam, ou o amavam profundamente ou o odiavam com ódio cruel, isso porque ele quebrou os paradigmas de sua época. Em uma ocasião, após ouvirem um de seus discursos, muitos dos seus discípulos o abandonaram dizendo: "Duro é este discurso; quem o pode ouvir?" (Jo 6.60). João tem o cuidado de registrar que a partir daquele momento, muitos de seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele (Jo 6.66). Mas qual o grande diferencial do Mestre de Nazaré? Que predicados o consagraram como o maior de todos os tempos? Vejamos alguns.

1. Jesus ensinava com autoridade. É comum, em um texto dissertativo, para ser convincente, alguém usar “argumento de autoridade”. Por exemplo, se queremos defender uma tese de cunho científico, citamos as palavras de um grande cientista; se a tese é de cunho religioso, citamos um grande religioso; se é de cunho econômico, citamos um grande economista, e daí por diante.

Os mestres de Israel, a fim de endossar seus ensinos, citavam as tradições e a autoridade destas para apoiar seus argumentos e interpretações. Outrossim, citavam Moisés cuja autoridade impunha respeito sobre o povo. Afinal de contas, até o momento, nunca havia se levantado em Israel um profeta ou legislador da envergadura de Moisés.
Por isso era comum se ouvir “assim como escreveu Moisés” ou “como nos ensinou Moisés”. Dessa sorte, a autoridade que calcava o discurso pertencia ás tradições ou àquele que era citado. De repente aparece Jesus com uma forma argumentativa centrada nele próprio, dizendo “ouviste o que foi dito... eu, porém, vos digo” (Mt 5.21,22,27,28, 31-34, 38,39, 43, 44).

Essa forma inédita de argumentar causou espanto nos ouvintes de Jesus. A autoridade em que ele alicerçava seu ensino era nele mesmo, não nos antigos. O Mestre não precisava citar outras fontes, pois ELE MESMO ERA A PALAVRA DE DEUS e o VERBO VIVO. Por isso que Lucas observa que a multidão se maravilhava de seus ensinos, porque ele ensinava com autoridade, e não como os escribas e fariseus (Mt 7.29).

2. Jesus ensinava em todos os lugares, a todas as pessoas. Ninguém era tão sábio ou indouto que pudesse ser dispensado dos ensinos de Jesus. Ele lecionou para um mestre de Israel chamado Nicodemos (Jo 3.1-21); como também lecionou para uma mulher simples de Samaria (Jo 4.1-30). Ele ensinava a grandes multidões (Mc 6.34), a pequenos grupos e também individualmente (Lc 24.27; Jo caps 3 e 4). Em todos os lugares, eis o incansável Mestre ensinando: nas sinagogas (Mc 6.2), em casas particulares (Mc 2.1; Lc 5.17 - obs.: até fariseus e doutores da lei ASSENTADOS ouvindo os ensinamentos de Jesus), no templo (Mc 12.35) e nas aldeias (Mc 6.6). Para ser aluno de Cristo, bastava estar em seu caminho, em qualquer lugar onde Ele estivesse.

3. Usava e abusava dos mais variados métodos de ensino. O Mestre se valeu de vários métodos pedagógicos, de acordo com a capacidade cognitiva de seus ouvintes a fim de comunicar com eficiência. Ele realmente criava condições favoráveis ao aprendizado de seus alunos, adaptando a lição ao aluno, não ao contrário. Ele analisava as condições psicológicas das pessoas, atentava para suas necessidades, interesses problemas pessoais e, a partir daí, mostrava caminhos e meios. Vejamos alguns métodos usados por Jesus.
a) Método expositivo (Mt 5.1,2; Lc 4.22);
b)Método socrático (Mt 22.42-45; ver Mt 13.51; 22.20; Mc 13.2; Lc 10.26);
c) Método de discussão (Lc 24.15-27,32; ver At 17.3,17; 18.4);
d) Método audiovisual (Mt 6.26, 28; Mc 12.15,16);
e) O método narrativo (Mt caps 13, 25; Lc caps 10, 15);
f) O método de leitura (Lc 4.16);
g) O método demonstrativo (ver Jo 13.15; At 1.1).

4. Jesus era pertinente. Ser pertinente significa ser próprio, concernente, adequado. Jesus arrebatava as multidões, porque ele tinha uma mensagem que satisfazia a necessidade espiritual das pessoas. Ele tinha um método eficientíssimo de comunicar sua mensagem. Ele tinha uma vida que endossava a sua mensagem. Então o seu sucesso devia-se a junção destes três elementos: uma mensagem (que ensina e satisfaz), um método (que comunica) e uma vida (que conserva).

Uma vez o Mestre disse aos seus discípulos: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vós também” (Jo 13.15). Em outra oportunidade advertiu-os: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Mais tarde, o escritor aos hebreus traduz a coerência entre os ensinos de Jesus e a sua vida exemplar ao dizer: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa se compadecer de nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15); e “... naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hb 2.18). Por isso que até mesmo os que não gostavam de Jesus voltavam dizendo: NUNCA HOMEM ALGUM FALOU COMO ESTE HOMEM... (JO 7.46).

5. Ilustrava sua mensagem com belas parábolas. O termo parábola (do grego parabole) significa, etimologicamente, colocar uma coisa do lado da outra, a fim de comparar. Segundo a hermenêutica bíblica, parábola é uma narrativa alegórica constituída de personagens, coisas, incidentes e atitudes que, através de comparações, facilita a compreensão de realidade que se acham além do nosso entendimento.

Dos vários métodos usados pelo Senhor Jesus, a fim de favorecer a compreensão, sem dúvida o que se sobressaiu foi o método narrativo, que consiste em se contar histórias do cotidiano para ilustrar verdades que, de outra forma, seria de muito difícil compreensão. Dessa forma, as parábolas foram um recurso didático abundantemente usado pelo Mestre de Nazaré.

Jesus era um excelente contador de histórias. Suas parábolas até hoje são apreciadas por leitores de todo o mundo, tanto adultos como crianças. Dentre as mais conhecidas, temos a Parábola do bom samaritano (Lc 10), da ovelha perdida (Lc 15), das dez virgens (Mt 25), do filho pródigo (Lc 15). Além de que, Jesus era um exímio observador. Tudo em seu campo de visão podia ser usado como objeto ilustrativo para comunicar seu pensamento.

Ao ensinar verdades profundas por meio de parábolas, Jesus tinha objetivos bem definido: Ele queria esclarecer o Reino de Deus aos pequeninos e ocultá-lo daqueles que, julgando-se mestres, recusavam a sua doutrina.

Em certa ocasião, ele mesmo disse: “Por isso vos falo por parábolas, porque eles [os religiosos de Israel], vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem” (Mt 13.13). Aliás, essa atitude do Mestre já havia sido predita pelo profeta Isaías (Is 6.9,10). Achamos por bem transcrever abaixo o comentário preciso do pastor Ezequias Soares a respeito do assunto em apreço.

“Nem todos os que seguiam a Jesus estavam preocupados com o Reino de Deus e muito menos interessados em aprender. O propósito do Mestre era atrair os verdadeiros interessados por sua mensagem, pois, não entendendo, iam pedir-lhe explicações (Mt 13.10). Como toda a Palavra de Deus, as parábolas do Senhor Jesus eram como espadas de dois gumes. Se por um lado explicavam os mistérios do Reino de Deus aos pequenos e humildes (Lc 10.21), por outro, ocultava esses mesmos mistérios aos sábios e inteligentes. Se quisermos aprender os mistérios do Reino de Deus, devemos nos prostrar aos pés do Mestre divino e, assim, em profunda humildade, guardar seu ensinamentos em nosso coração”.

6. O ensino de Jesus era prático e desafiador. Ao proferir seus magistrais ensinamentos, Jesus não tinha como objetivo impressionar seus ouvintes com a sua incrível sabedoria ou encher-lhes o coração e a mente com princípios impraticáveis, absolutamente não, ele tencionava transformar-lhes a vida através da prática de tudo o que ele ensinava. Em certa ocasião, uma mulher ficou tão maravilhada com as palavras do Mestre que exclamou: “Bendito o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste!” (Lc 11:27). Jesus, porém, a corrige, dizendo: “Antes, bendito os que ouvem a Palavra de Deus e as guarda” (Jo 11.28).

O Mestre foi muito pertinente em encerrar o Sermão do Monte com a parábola dos dois construtores. Ele queria advertir a multidão sobre o fato de que de nada adiantaria ouvi-lo, maravilhar-se de sua doutrina e em seguida lançar para trás tudo o que fora aprendido. Assim ele apresenta a figura do insensato, o qual ouve, mas não se dá ao trabalho de praticar, este é o que edifica na areia, cuja construção não resiste às intempéries da vida. Da mesma forma, o Senhor apresenta a figura o homem prudente, o qual, não só ouve, mas pratica o que ouviu, este é comparado ao homem que edificou sobre a rocha, cuja construção resistiu firmemente contra as tempestades. Tiago, mais tarde, aconselharia aos irmãos: “E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos” (Tg 1.22).

CONCLUSÃO

Jesus falou como um que tem autoridade porque ele, de fato, a tem! Ele, como Deus em forma humana, falou com toda a sua autoridade divina. Ele não foi apenas um profeta ou rabino. Não veio apenas para esclarecer o ensinamento da Lei dada por intermédio de Moisés. Ele apresentou, com a autoridade da sua própria voz divina, uma nova doutrina (Marcos 1:22,27). E foi com esta mesma voz de autoridade que ele nos advertiu: “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia” (João 12:48).

O próprio Pai disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi” (Mateus 17:5). Devemos escutar e respeitar a voz de Jesus!

Já li muitos dos grandes mestre, pensadores de projeção universal que mudaram culturas e influenciaram sociedades inteiras; todavia, ao compará-los a Jesus, só me resta fazer uso das palavras dos servos do sacerdote, citadas no início do texto: “Nunca homem algum falou como este homem”. 

Sinceramente, não tem "pra" ninguém.


Estudo extraído do blog: pensarfazmuitobem.blogspot.com.br

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Nicodemos – Para VENCER é necessário RENUNCIAR!


Nicodemos, nome grego que significa "homem do povo", muito frequente entre os judeus. Nicodemos pertencia aos principais do judaísmo. Era membro do Sinédrio, filiado ao partido dos fariseus. Possuía muita autoridade.
Jesus o chamou de mestre de Israel, certamente ele também era um doutor da lei.

"Este foi ter de noite com Jesus...” Jo 3:2

Muitos fariseus, incluindo Nicodemos, não confessavam que criam em Jesus por que amavam mais a posição e o reconhecimento que tinham perante a sociedade judaica, e não queriam perder esse prestígio dos homens.

Essa atitude de Nicodemos não  é vergonhosa? Você não fica inconformado com essa atitude de Nicodemos? Como pode alguém reconhecer que algo é de Deus e não fazer qualquer coisa para ter isso?

Da mesma forma que Nicodemos agiu naquele momento, nós também já agimos e talvez estejamos agindo.

Quer um exemplo bem simples? Você reconhece que a Bíblia é a Palavra de Deus, não é? Agora, pense com calma e responda: então, por que você não obedece a todos os princípios que estão contidos nela?

É interessante perceber que, ainda no versículo 2, Nicodemos reconheceu que Jesus era um mestre da parte de Deus, por isso O chama de Rabi e confessa ainda que não era possível que Ele fizesse os sinais que fazia se Deus não estivesse com Ele.

Uma pergunta curiosa sobre este encontro entre Nicodemos e Jesus é: O QUE NICODEMOS QUERIA?

Como Jesus conhecia o coração de Nicodemos, assim como conhece o coração de todos os homens, Ele respondeu que não é possível ver o Reino de Deus se não nascer de novo, conforme está escrito no versículo 3.

Nicodemos queria algo além daquilo que já conhecia; talvez ele quisesse conhecer profundamente o poder de Deus que havia sido manifestado por tantos milagres no meio do povo de Israel: as pragas no Egito, a abertura do Mar Vermelho, etc.

A resposta de Jesus deixa Nicodemos ainda mais confuso. Ele não compreendia a linguagem do alto porque seu espírito estava corrompido pelas muitas letras, pela racionalidade das coisas. Tantos anos estudando as escrituras, ensinando na sinagoga sem nunca ter se detido a “nascer de novo”. Onde estava escrito esses termos? Em que livro, capitulo, versículo? “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer de novo? Jo 3:4.

Nicodemos conhecia em parte. Era um relacionamento superficial, onde a lógica imperava. Ele perguntava e sua mente respondia tudo parecia ir muito bem, até o dia em que percebeu a esterilidade dos seus ensinamentos: Ele continuava infeliz. A Palavra pregada por Jesus era a mesma que Nicodemos lia dia após dia: Moisés libertando os cativos e Deus operando maravilhas no deserto. O QUE ESTAVA ERRADO? “Nicodemos, tu és mestre em Israel e não sabes o que é nascer de novo?” Jo 3:10.

Aquele encontro seria o marco na vida de Nicodemos, o dia da “idade obstétrica”.  Que gravidez tão longa! Nicodemos era um senhor de barba branca, porém criança no Reino! “Na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus. Aquele que não nascer da água e do espírito não pode entrar no reino de Deus” Jo 3:5

Jesus não faz menção à posição importante, às boas intenções ou às credenciais acadêmicas de Nicodemos, não porque não existam, mas porque, para Jesus, elas não têm importância.

Ele simplesmente faz esta declaração: “Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (v. 3).

A resposta de Jesus mostra para Nicodemos que... O melhor que ele tem não serve para nada. Suas obras não funcionam. Seus melhores resultados não significam nada. Se você não nascer de novo, nem poderá ver o que Deus é capaz de fazer.

Ao contrário do que muitos pensam ter uma religião não é garantia de vida com qualidade, muito menos de salvação. Prova disto, são as pessoas que embora religiosas e fiéis à tradição de seus antepassados, encontram-se perdidas, desorientadas, cheias de problemas.

Em outras palavras, ele agiu como alguns que procuram omitir que são cristãos, ou seja, vão à igreja, mas se escondem atrás de óculos escuros para que não sejam reconhecidos. No entanto, quando uma pessoa é verdadeiramente de Deus, não dá para esconder, porque a luz que existe no seu interior, reflete-se numa vida abençoada.

Era muito difícil para um judeu, fariseu principalmente, entender o sentido espiritual das palavras de Jesus. Por serem filhos do patriarca Abraão, eles julgavam-se já aperfeiçoados. Por apresentarem um aparente zelo pela lei de Moisés, acreditavam em uma pureza espiritual intrínseca da sua raça.

Jesus fala a Nicodemos, da necessidade do novo nascimento da água (do grego hudor) e do espírito (do grego pneuma). Aqui o mestre se refere ao simbolismo do batismo de João (que os fariseus não aceitavam), e da renovação pelo Espírito Santo.

Nicodemos e os judeus porém, achavam que eles não tinham necessidade nenhuma de aceitar um ato que simbolizava o nascer de novo. Mas Deus desde a criação do mundo, já simbolizava para o novo nascimento. Como está escrito que "no princípio o espírito de Deus se movia sobre a face das águas", no Gênesis, na criação de tudo, no meio das águas. Agora novamente o batismo simboliza, pela água, a recriação do ser. O nascer de uma nova criatura.

Pois, assim como a terra estava, no princípio, em estado caótico, sem forma e vazia, e Deus a recriou, assim também, para o novo nascimento, é preciso se entregar nas mãos de Deus, humildemente sem forma, reconhecendo o nosso vazio, e ser por Ele Recriado, refeito.

E quando reconhecemos o nosso vazio espiritual, somos moldados segundo a forma divina, recebendo um novo modo de pensar, deixamos de lado os nossos conceitos e preconceitos humanos, abandonamos o mundo, os desejos carnais e nos entregamos a Jesus para sermos recriados do nada.

E toda religiosidade é removida, nascendo a fé genuína, que não depende de religião, mas que adora ao Pai em espírito e em verdade. É o Novo Nascimento.

Nicodemos não entendeu a resposta de Jesus e fez uma pergunta infantil, conforme o versículo 4: “COMO PODE UM HOMEM NASCER, SENDO VELHO? PORVENTURA, PODE TORNAR A ENTRAR NO VENTRE DE SUA MÃE E NASCER?”.

Se no início do diálogo Nicodemos usou a palavra "sabemos", para expressar a sua conclusão lógica a respeito de Deus, Jesus usa a expressão "não sabes" para indicar a necessidade de aceitar e confiar em Deus, mesmo sem saber ou compreender bem o seu propósito imediato.

Como é provável que Nicodemos conhecia o batismo de João Batista, Jesus estava ensinando que era necessário reconhecer a mensagem de João Batista e aceitá-la (o batismo), para depois então receber o batismo do Messias, no Espírito, como João Batista disse e está relatado em João 1:33-34.

Nos versículos 13, 14 e 15, Jesus responde à pergunta que Nicodemos havia feito (versículo 9) acerca de como pode alguém nascer de novo. O novo nascimento acontece pelo Filho (versículo 13), pela cruz (versículo 14) e pela fé (versículo 15).

João 3:13-15
“13 Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem, que está no céu. 14 E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, 15 para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

Os versículos 20 e 21 do relato do encontro entre Nicodemos e Jesus são importantíssimos para a nossa reflexão neste estudo bíblico (João 3:20-21).

 João 3:20-21
“20 Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas. 21 Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.”

Conforme está escrito nos versículos acima, Jesus disse a Nicodemos que quem faz o mal aborrece a luz, mas quem pratica a verdade vem para a luz. No versículo 19, está relatado que a luz veio ao mundo, portanto torna-se importante entender o que ou quem é essa luz. Em João 8:12, Jesus disse “Eu sou a luz do mundo”.

João 8:12
“12 Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”

Jesus é a luz! Portanto, nos versículos 20 e 21 do capítulo 3 do evangelho segundo João, Jesus estava ensinando a Nicodemos que quem pratica o mal não vem até Ele, pois Ele faz com que tudo o que uma pessoa seja feito em verdade e seja exposto. Quem pratica o mal ou erra tem vergonha de expor seus erros, porém, para andar com Jesus, isso é fundamental.

Por que as pessoas não querem aceitar que Jesus seja senhor de suas vidas?

Porque muitas têm medo que os seus erros sejam expostos e as pessoas descubram que elas não eram tão maravilhosas como pareciam. Por esse mesmo motivo, muitos fariseus não reconheceram que Jesus era o Messias, pois seria necessário deixar o que haviam conquistado e reconhecer os seus erros.

Com esse encontro de Nicodemos com Jesus, é possível aprendermos que, para alcançar algum objetivo, você deverá RENUNCIAR algo. Renunciar é deixar para trás.

Para você cursar uma faculdade, é necessário deixar seu tempo de descanso e de lazer. Se você trabalha, a renúncia deve ser ainda maior, pois você acabará deixando até seu tempo reservado ao sono para realizar atividades propostas pelos professores.

Para você estudar a Palavra de Deus, é necessário renunciar a um filme que queria assistir. Para você visitar uma pessoa, é necessário renunciar a um momento com a sua família.

PARA ADQUIRIR A VIDA ETERNA, É NECESSÁRIO QUE VOCÊ NEGUE A SUA PRÓPRIA VIDA POR AMOR A JESUS!

Como Ele mesmo disse e está escrito em Lucas 9:23. Nesse versículo, renunciar significa esquecer os interesses próprios.

Lucas 9:23
“23 E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.”

Observe que Jesus disse ainda que é necessário tomar a cruz (renunciar) diariamente para segui-Lo.

João Batista renunciou a glória que poderia receber por ser filho de um sacerdote do templo para cumprir o objetivo de Deus para sua vida, indo morar no deserto e alimentando-se de mel e gafanhotos. Ele renunciou ainda a glória de ter muitos discípulos para que Jesus pudesse receber TODA A GLÓRIA que lhe era devida por ser o Messias, o Ungido de Deus (João 3:29-30).

Se você pensa “ah, tem quer ir à igreja hoje”, então significa que a renúncia se tornou pesada para você e você não sabe mais o seu papel no corpo de Cristo ou perdeu o foco da salvação que só há em Cristo.

Se você pensa “ih, tem reunião de oração hoje”, então a sua renúncia se tornou pesada e você se esqueceu que Cristo deseja que você lute como um soldado do exército Dele.
               
Porém, é necessário aprender com Aquele que fez a renúncia mais impressionante e absurda de todos os tempos... JESUS. ELE RENUNCIOU A SUA VIDA GLORIOSA para que todos os pecadores de todas as épocas fossem perdoados e pudessem adquirir a vida eterna. Jesus não buscou algo proveitoso para si mesmo, pois Ele decidiu morrer para que você e eu pudéssemos viver eternamente. Jesus se lembrava da renúncia que havia feito em todo o tempo, mas não como um peso em suas costas ou arrependido de ter renunciado, e sim com um amor incondicional por todos os homens.

Para vencer, lembre-se todos os dias do que você renunciou, mas não deixe que a renúncia se torne pesada em nenhum momento, pois, se isso acontecer, você desistirá de caminhar. Portanto, nunca perca a fé de que a vitória de Deus na sua vida se cumprirá, pois assim você sempre persistirá.

Deus ainda nos ensina que não há vida com Ele sem renúncia (Tito 2:11-14).

Tito 2:12 (segundo a Nova Tradução da Linguagem de Hoje)

“11 Pois Deus revelou a sua graça para dar a salvação a todos. 12 Essa graça nos ensina a abandonarmos a descrença e as paixões mundanas e a vivermos neste mundo uma vida prudente, correta e dedicada a Deus, 13 enquanto ficamos esperando o dia feliz em que aparecerá a glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo.”

Renuncie o que não vem de Deus e tenha a plena vitória Dele em sua vida, obedecendo-O!

Deus abençoe a sua vida abundantemente.


Amém.